“Quem tem os meus mandamentos e os guarda, esse é quem me ama.

E quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele ”. João 14:21

No Velho Testamento da Bíblia, Moisés recebeu do próprio Deus a Lei que o povo judeu deveria conhecer, cumprir e obedecer.
Consistia de numerosas instruções e obrigações detalhadas, que visavam ensinar e instruir o povo no relacionamento com Deus e com as pessoas.
Eram tantas instruções e detalhes e com elas vinham promessas de prosperidade, se fossem cumpridas, e de maldições, se fossem quebradas.
Eram tantas e tão complicadas que os doutores da lei, judeus mais eminentes, instituíram a interpretação da Lei, escrevendo o que, na visão deles, seria a maneira correta de cumprir a Lei de Deus.

Então chegou Jesus dizendo ser ele próprio aquele que cumpriu a Lei em sua totalidade, ao mesmo tempo encarando e desafiando os doutores da lei, dizendo a eles que não cumpriam aquilo que impunham aos outros que fizessem.
Jesus então “facilitou” resumindo a lei assim:

“Jesus respondeu:“ O mais importante é: ‘Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus, é o único Senhor. E amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua mente e com toda a sua força. O segundo é este: ‘Você amará seu próximo como a si mesmo’. Não há outro mandamento maior do que estes” Marcos 12: 29-31.

Amar a Deus sobre todas as coisas é o mais essencial.
Aquilo de que você mais fala, em que você mais investe tempo e recursos é o que você mais ama.
Jesus disse que “onde está o seu tesouro aí estará o seu coração”. Mateus 6:21
É necessária uma honesta e profunda auto-avaliação para descobrirmos o que realmente amamos, para corrigirmos o que for necessário.

Há atividades humanas interessantes e prazerosas, mas que não podem tomar o lugar de Deus.
Podemos gostar muito de política, filosofia, futebol, etc. ao ponto exagerarmos na dose, perdermos completamente a noção de como nos estamos comportando a respeito.
Esse é o momento em que a luz amarela deve ser acesa, para percebermos se não estamos nos desviando da prioridade.
Como sabemos que estamos amando a Deus?
No texto inicial Jesus nos responde e dá a direção perfeita.

Jesus veio inaugurar o Reino dos céus, a era da Graça, em que Ele se fez sacrifício por nós, para que sejamos salvos.
Ele disse que todo o que crer terá vida eterna.
Muito simples.

Entretanto amar a Deus, implica em obedecer e seguir a maneira de ser do Reino dos céus.
Basta então aprendermos e praticarmos tudo que Jesus ensinou no que se refere a salvação, santidade, trato com o próximo, poder de Deus sobrenatural, volta de Jesus e pregarmos isso às pessoas ensinando-as a guardar tudo que Jesus nos mostrou.
E para aprendermos tudo isso, teremos que dedicar tempo e recursos, pois aprendizado é coisa diária, com dedicação e tempo, para que os detalhes, os segredos sejam descobertos e treinados, passando a fazer parte de nossa atitude, nosso modo de agir, nossa maneira de falar e nos relacionar.

Vivemos a era do “coaching” em que treinadores são oradores entusiasmados trazendo suas idéias “inovadoras” com grande entusiasmo, com técnicas de persuasão e motivação, fazendo com que as pessoas queiram ser como eles.
Isso é muito bom, quando o assunto é importante e gera maior vontade de amar a Deus.
Mas precisamos cuidado ao nos entusiasmar demais com as coisas ensinadas neste mundo, se estas coisas nos roubarem o tempo e a dedicação de amar a Deus em primeiro lugar.
A Bíblia nos alerta que o amor ao mundo nos afasta Deus:

“Não ame o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – os desejos da carne e os desejos dos olhos e orgulho da vida – não é do Pai, mas é do mundo. E o mundo está passando junto com seus desejos, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre ”. 1 João 2: 15-17

Obedecer ao primeiro mandamento é essencial no reino que Jesus veio estabelecer, portanto, se necessário, devemos redirecionar nosso desejos, nossos esforços e nossas prioridades.

O segundo mandamento do reino dos céus se refere ao nosso relacionamento interpessoal.
Devemos amar ao nosso próximo ou vizinho, como a nós mesmos.
Existe uma maneira perigosa de interpretar essas palavras, quando somos levados a pensar que devemos então nos amar primeiro para poder amar aos outros como a nós mesmos.
O fato é que todos nós amamos a nós próprios, até mesmo excessivamente.
Há em nosso interior uma natureza pecaminosa que sempre diz “primeiro eu”.
Uma natureza pecaminosa que diz “estou em depressão, porque não aconteceu como eu queria”.
Essa natureza pecaminosa diz “não me amo, porque acho que eu deveria ser diferente”.
Sempre o que vai estar em jogo para nossa natureza pecaminosa é que meu “eu” de alguma forma não foi satisfeito.

O que Jesus está ensinando é que no Reino dos céus eu preciso abrir mão da minha própria vontade em função do outro, ao ponto de fazer para ele o que eu desejo para mim mesmo.
Na verdade devemos colocar os outros no mesmo pedestal em que nós gostamos de estar.
De fato o que está implícito neste texto é que nós já nos amamos tanto, que devemos trazer os outros ao mesmo patamar em que nos consideramos dignos.
Parece dizer “chega de se amar tanto, dedique-se aos outros e divida com eles esse amor”.
E em primeiro lugar, amar aos outros significa dar a eles também a oportunidade de conhecerem a Jesus e a salvação que há nele.
Não adianta fazermos obras beneficentes às pessoas, se não apresentarmos a elas a salvação de suas almas, pois que adianta elas terem conforto nesta vida, se elas não tem Jesus e a salvação eterna?
Há mesmo um grande tesouro a ser descoberto.

Algumas mensagens podem mudar sua vida. Outras podem mudar sua eternidade.