Marcos Silva
Há um termo muito usado atualmente, que ouvimos com frequência há algum tempo.
O termo é: RELIGIOSIDADE.
Ouvimos dizer que precisamos “fugir da religiosidade”, “acabar com a religiosidade”, até pedimos a Deus para “nos livrar da religiosidade”.
Por isso vem a pergunta: O que é religiosidade?
Ao olharmos para dentro do NT vemos Jesus diante de uma situação muito problemática.
Vez por outra Ele se defrontava com os fariseus, escribas e doutores da lei que o questionavam e o confrontavam.
E as respostas de Jesus a eles eram agudas e cortantes, pois quebravam a espinha dorsal do que eles ensinavam e praticavam.
Você deve se lembrar que os fariseus, escribas e doutores da lei eram aqueles que representavam a religião judaica, que consistia em guardar, ensinar e praticar tudo o que estava escrito na lei que Deus havia dado a Moisés.
Eles eram então os “guardiões e defensores” da lei.
Viviam nas sinagogas e no Templo se portando como religiosos, ensinando e exigindo das pessoas que praticassem tudo o que eles ensinavam.
Como se consideravam muito sábios, foram acrescentando à lei escrita, as suas próprias interpretações do que a lei queria dizer na prática, terminando por desvirtuar muitas vezes o sentido, o espírito real da lei escrita.
Jesus então contestava-os, mostrando como estavam longe, em suas atitudes, do verdadeiro propósito de Deus através da Lei, e do que eles mesmos ensinavam.
Religiosidade seria então interpretar e praticar o evangelho de Jesus de acordo com nossas próprias idéias e não de acordo com o propósito divino.
Então vejamos:
Qual o propósito principal de Jesus ter vindo à terra e morrido na cruz?
Foi salvar a humanidade da morte eterna no inferno. João 3:16
O que é buscar primeiro o Reino de Deus? Mateus 6:33
É nos ocuparmos com os ensinos de Jesus em primeiro lugar, deixando ele cuidar, por exemplo, da nossa vida de prosperidade.
É correto dizer que como cristãos devemos buscar ajudar as pessoas em suas necessidades?
Claro que sim, sempre, mas lembre-se que não há ajuda maior do que a pessoa ser salva por Jesus.
Jesus nos ordenou a fazermos discípulos em todas as nações. Mt. 28:19-20.
Só se torna discípulo quem reconhece seu próprio pecado e reconhece que só Jesus pode livrá-lo da vida de pecado.
Devemos amar nosso próximo, inclusive aquele que não pensa como a gente e nem age como gostaríamos, aquele que achamos que está cheio de religiosidade?
Claro que sim, mas este é o 2o. mandamento. Mt.22:39.
O 1o. é amar a Deus sobre todas as coisas. Mt.22:37-38.
Jesus disse que aquele que o ama guarda os seus mandamentos. Disse também que seremos amigos dele se fizermos o que ele manda. João 14:21
É interessante perceber que hoje em dia, se alguém exortar outra pessoa sobre algum assunto, em nosso caso sobre os mandamentos de Jesus, alguém logo se levanta para dizer que ela está julgando.
Não parece haver religiosidade aí?
A pessoa então se justifica mostrando o texto de Mateus 7:1-2, que diz para não julgarmos.
Mas você reparou que o texto diz no final para primeiro tirarmos a viga dos nossos próprios olhos, para então tirarmos o cisco do olho do irmão?
“…tire primeiro a trave do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão…”
Ao fazer dessa forma, com certeza você irá agir com cuidado e compaixão, porque você também tinha um grande problema, mas não irá deixar de tirar o cisco no olho daquele irmão.
A Bíblia nos ordena algumas vezes a nos exortarmos mutuamente. Hb 3:13, 1 Tess. 5:11.
Isso não é julgar!
É preciso que olhemos para dentro de nós e reconheçamos aquilo que estamos pensando e/ou fazendo, se isto está de acordo com o contexto geral que Jesus ensinou, com o espírito e a intenção que foi ensinado.
O perigo que corremos é de darmos atenção a frases de efeito, ensinos que centralizam o homem, idéias politicamente corretas, interpretações bíblicas que “ninguém havia pensado antes” e acabarmos fazendo como os fariseus, escribas e doutores da lei, nos afastando da essência e do espírito com o qual Jesus nos ensinou as coisas.
Não deixe que, aquilo que você está enxergando como religiosidade nas pessoas, afaste você do evangelho de Jesus, que é simples e eficaz e que se resume no tripé:
SALVAÇÃO, SANTIFICAÇÃO e VOLTA DE JESUS. Isto não é religiosidade.
Fuja do “evangelho” que não prega isso.